Filho único ou irmãos – como resolver esse dilema?
A decisão em relação sobre o filho único e ao número de filhos que um casal deseja passa pela análise de diversos fatores que influenciam muito a vida familiar. Esses fatores estão ligados à estrutura emocional, questões financeiras e profissionais, entre outros.
Antigamente, as famílias eram numerosas e tinham papéis bem definidos: o homem era o responsável pelo sustento e segurança da família, enquanto a mulher era responsável por criar os filhos e cuidar da casa. Elas não tinham carreira, trabalho externo e nem perspectiva de crescimento.
À medida que as mulheres foram ganhando seu espaço e os papéis dentro do lar foram se reinventando, notou-se uma drástica redução no número de filhos que um casal moderno possui. Hoje em dia, está muito mais caro criar um filho que há décadas atrás. E também com a conquista profissional das mulheres, elas agora possuem carreiras, chefiam empresas e realizam tarefas antes somente realizadas por homens. O tempo delas dentro de casa diminuiu e consequentemente o número de crianças também.
Podemos dizer que no início do Séc. XX as famílias eram numerosas, com filhos e mais filhos, sendo que isso refletia uma sensação de prosperidade e que o nome da família estaria preservado por diversas gerações.
Já nos dias de hoje, alguns casais optam por um ou dois filhos e que passando disso já sabem que podem vir a enfrentar desafios para criar os filhos em todos os aspectos.
Então, qual seria a quantidade de filhos ideal?
Atualmente, na maioria dos países, acredita-se que o número ideal de filhos está entre um e dois, e de preferência sendo um casal. Muitos casais desejam isso e, quando observamos famílias que fogem a esse modelo, isso acaba nos causando espanto. Famílias com cinco ou seis filhos costumam nos transmitir vários sentimentos como admiração ou julgamento, pois achamos que seja até irresponsabilidade ter tantos filhos assim diante das condições que enfrentamos.
Na realidade, famílias numerosas são lindas, mas na prática não são funcionais e há muitos gastos. O importante é decidir com responsabilidade. Se você tem condições de criar de forma ideal cinco, seis filhos, e é do seu desejo: faça. Se você tem condições de ter apenas um filho único, tenha apenas um. O que mais encontramos são crianças abandonadas ou vivendo com os pais, mas sem nenhuma estrutura para um desenvolvimento saudável.
Analisando os cenários
É preciso levar em consideração o cenário em que se encontra o casal. Algumas perguntas podem ajudar você a refletir sobre ser o momento certo de aumentar a família.
- Quais as prioridades do casal?
- Qual a idade de ambos?
- Como irão conduzir suas carreiras?
Essas são apenas alguns exemplos. Principalmente em relação à mulher, é preciso identificar como será seu papel no lar, quanto tempo terá para se dedicar ao cuidado com os pequenos. Vai investir posteriormente em sua carreira, continuará estudando? Tudo isso deve ser analisado previamente, planejado para que a estrutura familiar seja forte e possa se adaptar a todos os desafios.
A opinião dos filhos também é importante
Vale a pena consultar a opinião de seu primogênito ou de seus filhos mais velhos para saber o que ele ou eles pensam a respeito de ter um irmão. Ouvir suas expectativas, perguntando o que se pensa, acha e como seria a nova rotina também pode contribuir para a decisão dos pais, já que eles participarão de todo o processo.
Geralmente, quando se tem filho único, ele compara sua família com outras mais numerosas, estabelecendo padrões que influenciam sua opinião sobre a quantidade de irmãos que ele sonha ter.
Os tipos de família e a situação atual
Algumas famílias com muitos filhos enfrentam dificuldades ou acabam tendo mais trabalho para criarem seus filhos com certa qualidade. Estudo, alimentação, saúde, roupas e todos os gastos envolvidos na criação acabam comprometendo o orçamento das famílias, deixando-as com uma estrutura abaixo do desejado.
Por outro lado, famílias com quantidade de membros reduzida acabam por oferecer uma criação de melhor qualidade para seus filhos. Com até dois filhos, o casal encontra condições favoráveis para oferecer uma criação com educação, saúde, alimentação de qualidade.
Falando em lazer e qualidade de vida, podemos dizer que com um número reduzido de filhos você consegue fazer mais programas, viagens, adquirir bens em maior quantidade e de melhores valores, em comparação com famílias numerosas e que precisam dividir o que possuem com um número maior de membros.
Só que famílias numerosas possuem benefícios que as outras não têm. Solidão é algo que não existe, sempre vai ter um irmão correndo atrás do outro, pegando as coisas do outro e consequentemente aquela bagunça saudável que deixa todo pai contente. Casa cheia é sinônimo de alegria, festa.
Se, de um lado, as coisas ficariam mais escassas, mais desafiantes, em contrapartida, acontecem coisas que por mais dinheiro que você possua, não podem ser compradas. A amizade entre irmãos, o carinho e a proteção com os mais novos, o exemplo a ser seguido e tudo mais que somente a convivência com outra pessoa proporciona.
O importante é saber decidir e ser feliz
Independente da sua escolha, você deve estar ciente de todas as responsabilidades que o aumento familiar pode proporcionar. Serão mais gastos, mais horas trabalhando, menos tempo descansando etc. É preciso confrontar seus desejos com suas necessidades, ou até mesmo adiar os planos por um determinado tempo até a reestruturação familiar, em todos os sentidos.
O importante é tomar a decisão sobre ter filho único após analisar todas as circunstâncias, com consciência e desfrutar de sua decisão da melhor maneira possível. Sendo um, dois, quatro ou mais filhos, o que importa mesmo no final das contas é amar incondicionalmente independente da quantidade.
E você? Quantos filhos estão na sua família?
Tem filho único e pensa em ter outro?
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